O estresse é considerado um gatilho para diversas doenças, uma vez que favorece mudanças em diversas vias metabólicas – como a obesidade, uma das doenças mais prevalentes no mundo.
Para justificar esta correlação, estudos mostram que o cortisol – um dos principais hormônios associados ao estresse – gera alterações no metabolismo energético. Além disso, também é conhecido que o aumento crônico nos níveis de cortisol induz o aumento pelo desejo por alimentos ricos em gorduras e açúcar, dado que predispõe ao acúmulo de gordura corporal – especialmente quando o gasto energético não está equilibrado. Por outro lado, a obesidade pode aumentar as concentrações de citocinas inflamatórias que, por sua vez, podem elevar as concentrações de cortisol, pela interferência em eixo hipotalâmico e hipofisário.
Estas duas condições podem ser melhoradas com bons hábitos alimentares. O aumento no consumo de frutas, verduras e legumes pode ser uma conduta interessante, por fornecer muitos compostos bioativos anti-inflamatórios que ajudam a reduzir a atividade do eixo de estímulo do cortisol. Ainda, estes alimentos fornecem muitos nutrientes e fibras, que ajudam a reduzir processo de adipogênese e no controle da saciedade2.
Alimentos fontes de ômega-3 – como peixes de pequeno porte e beldroega – também são sugeridos para estas duas condições. Um recente estudo realizado com 2724 participantes mostrou que o baixo nível de ômega-3 esteve associado ao estresse biológico e hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. No contexto da obesidade, o consumo de fontes de ômega-3 é sugerido para redução da diferenciação adipocitária.
Além da alimentação saudável, técnicas de mindfulness também são propostas como uma forma de obter atenção plena em diversos critérios da vida, incluindo o momento das escolhas alimentares e redução no estresse. Um estudo realizado com mulheres sobrepesas indicou que o uso de técnicas de mindfulness, por 8 semanas, promoveu redução do estresse e gerou benefícios metabólicos.
Portanto, a alimentação saudável tem importante impacto nestas condições, e quando associada a outras ferramentas que ajudam na atenção plena e escolhas alimentares, os resultados podem ser mais promissores para nossos pacientes.
Tenha um nutricionista para te auxiliar nesse processo